Conteúdo/ODOC - Alvo da oitava fase da Operação Sisamnes, o juiz Ivan Lúcio Amarante, da comarca de Vila Rica (a 1.259 km de Cuiabá), foi afastado no cargo na manhã desta quinta-feira (29) por suspeita de venda de decisões judiciais. São cumpridos três mandados de busca e apreensão pela Polícia Federal.
O magistrado ainda teve seus bens e valores bloqueados, totalizando cerca de R$ 30 milhões. O aporte dele também foi recolhido como parte das ações da operação.
As medidas foram autorizadas pelo ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Cristiano Zani.
Investigações identificaram m esquema de lavagem de dinheiro, montado para dissimular pagamentos milionários de “propinas” em troca de decisões judiciais proferidas por magistrado vinculado ao Tribunal de Justiça de Mato Grosso.
A operação investiga corrupção e lavagem de dinheiro do Poder Judiciário de Mato Grosso. Ivan Lúcio já estava afastado de suas funções por determinação do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
A PF identificou suspeitas de pagamentos e lavagem de dinheiro a familiares do juiz a partir de uma empresa do lobista Andreson de Oliveira Gonçalves, que está preso desde novembro sob suspeita de liderar um esquema de corrupção envolvendo assessores do STJ (Superior Tribunal de Justiça) e outros tribunais.
Dois desembargadores do TJMT, que estão afastados pelo CNJ (Conselho Nacional de Justiça): Sebastião de Moraes e João Ferreira, já são alvos de investigação da Polícia Federal.
As investigações começaram após o assassinato do advogado Roberto Zampieri, assassinado a tiros em frente ao seu escritório em Cuiabá, em dezembro de 2023.
Análise das mensagens e arquivos encontrados no celular da vítima revelou indícios de crimes graves, como venda de sentenças judiciais e movimentações financeiras suspeitas, dando origem à operação da Polícia Federal.