Conteúdo/ODOC - A Polícia Federal encontrou provas que ligam o pecuarista Aníbal Manoel Laurindo ao assassinato do advogado Roberto Zampieri, ocorrido em dezembro de 2023, em Cuiabá. As evidências incluem fotos, diálogos, chamadas telefônicas e transferências bancárias.
A informação foi revelada pelo ministro Cristiano Zanin, do Supremo Tribunal Federal, que autorizou a 7ª fase da Operação Sisamnes, deflagrada na quarta-feira (28), e que resultou na prisão do fazendeiro e de outros quatro suspeitos.
Também foram presos: o coronel do Exército Etevaldo Luiz Caçadini de Vargas, Antônio Gomes da Silva (apontado como o pistoleiro), Hedilerson Fialho Martins e Gilberto Louzada da Silva.
Segundo Zanin, as provas foram obtidas a partir da análise do celular de Caçadini, considerado o financiador do crime e já preso desde 2023. “A autoridade policial acostou registros fotográficos, diálogos, transferências de valores, chamadas realizadas na data do homicídio, tudo a relacionar a pessoa de Aníbal Manoel Laurindo ao fato”, escreveu o ministro na decisão.
A nova fase da operação investiga a atuação de um grupo criminoso chamado Comando C4 (Comando de Caça Comunistas, Corruptos e Criminosos), que seria formado por militares (da ativa e da reserva) e civis. O grupo é suspeito de atuar como uma milícia especializada em assassinatos por encomenda.
Aníbal já havia sido preso em março de 2024, mas foi solto após conseguir habeas corpus. Ele é suspeito de ter mandado matar Zampieri por causa de uma disputa agrária avaliada em cerca de R$ 6 milhões.
Relembre o crime
Roberto Zampieri foi morto no dia 5 de dezembro de 2023, ao sair de seu escritório no bairro Bosque da Saúde, em Cuiabá. Ele foi abordado e executado por Antônio Gomes logo após entrar em seu carro.
Durante a investigação, a PF apreendeu o celular do advogado. As mensagens indicam que ele poderia estar envolvido em um esquema de corrupção, com venda de decisões judiciais e vazamento de informações sigilosas.