O adolescente de 16 anos R. S. F., alvo da Operação Mão de Ferro II, foi apreendido nesta terça-feira (27) e encaminhado para deferimento de vaga no Sistema Socioeducativo de Rondonópolis (a 212 km de Cuiabá).
O Ministério Público do Estado de Mato Grosso, por meio da 4ª Promotoria de Justiça Cível da comarca, ingressou com duas representações solicitando a internação provisória do adolescente, pelo prazo de 45 dias.
A Operação Mão de Ferro II foi deflagrada pela Polícia Civil em 13 estados brasileiros, com o objetivo de desarticular um grupo suspeito de praticar crimes/atos infracionais virtuais contra crianças e adolescentes, com foco principal em meninas.
Em Mato Grosso, foram cumpridos três mandados judiciais: em Sinop, um mandado de busca e apreensão foi executado contra uma adolescente de 16 anos; já em Rondonópolis, foram cumpridos um mandado de busca e apreensão e outro de internação provisória contra um adolescente de 16 anos.
Segundo a Polícia Civil, o grupo atuava de forma coordenada na internet, sendo responsável por uma série de crimes/atos infracionais graves, incluindo incentivo à automutilação e ao suicídio, perseguição e ameaças, além da produção e disseminação de material de abuso sexual infantil. Também são investigados por apologia ao nazismo e por crimes cibernéticos, como a invasão de sistemas e o o ilegal a bancos de dados públicos.
No dia 23 de maio (sexta-feira), a promotora de Justiça Patrícia Eleutério Campos Dower ingressou com representação pela internação do adolescente R. S. F., com base na suspeita de envolvimento em diversos atos infracionais, entre eles: liderança de organização criminosa, induzimento à automutilação, cyberbullying, perseguição (stalking), venda e posse de pornografia infantil, falsidade ideológica e veiculação de símbolos nazistas. J
Já na segunda-feira (26), a promotora apresentou nova representação, desta vez pelos atos infracionais de integrar organização criminosa, induzimento à automutilação, ameaça e maus-tratos a animais.
De acordo com a promotora de Justiça Patrícia Eleutério Campos Dower, a medida de internação tem como objetivo resguardar a ordem pública e garantir a segurança do próprio adolescente.
“A operação, por um lado, serve de alerta a adolescentes e adultos envolvidos em crimes cibernéticos, demonstrando que estão sendo monitorados e que não haverá impunidade. Mas, acima de tudo, deve servir como um chamado às famílias, para que estejam presentes na vida de seus filhos, não apenas fiscalizando o que fazem na internet, mas, principalmente, dialogando, os orientando, apoiando e fortalecendo. As vítimas, em sua maioria, são jovens emocionalmente fragilizados, que acabam se tornando alvos fáceis dessas ações criminosas”, destacou a promotora.