SUPERMAN PANCADÃO

Ministro do STJ mantém prisão de megatraficante condenado a 80 anos que alega doenças crônicas

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Ministro do STJ mantém prisão de megatraficante condenado a 80 anos que alega doenças crônicas
O ministro Ribeiro Dantas, do Superior Tribunal de Justiça (STJ). Megatraficante está preso desde 2015 após a Operação Hybris

Conteúdo/ODOC - O ministro Ribeiro Dantas, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), rejeitou mais um pedido de prisão domiciliar humanitária feito pela defesa de Ricardo Cosme Silva dos Santos, o DJ Superman Pancadão, apontado como líder de uma organização criminosa envolvida com tráfico internacional de drogas e lavagem de dinheiro em Mato Grosso. A decisão foi publicada nesta terça-feira (10).

Preso desde 2015, após ser alvo da Operação Hybris, da Polícia Federal, Ricardo Cosme já acumula condenações que somam mais de 80 anos por tráfico de drogas, associação criminosa e lavagem de dinheiro. Segundo as investigações, o grupo chefiado por ele movimentava cerca de R$ 30 milhões por mês e transportava até três toneladas de entorpecentes mensalmente.

No recurso negado, os advogados alegaram que o STJ foi omisso ao ignorar laudos médicos que atestariam o agravamento do estado de saúde de Ricardo Cosme e a precariedade no atendimento médico da Penitenciária Central do Estado (PCE), onde ele está detido. Segundo a defesa, ele sofre de doenças graves e crônicas, que colocariam sua vida em risco.

Mesmo assim, o ministro Ribeiro Dantas entendeu que o pedido não apresentou nenhum fato novo e buscava apenas reabrir discussão já decidida, o que não é permitido nessa fase do processo.

“Não se vislumbra vício a ser sanado na via dos aclaratórios. Ao contrário, o que se percebe é a pretensão da parte em rediscutir matéria já julgada por esta instância extraordinária”, afirmou o relator na decisão.

Estrutura criminosa

A Polícia Federal aponta que o grupo comandado por Ricardo Cosme era altamente organizado, com estrutura hierárquica, funções bem definidas e uso de casas de câmbio para lavar dinheiro obtido com o tráfico. A quadrilha também usava práticas violentas para intimidar rivais e moradores da região de fronteira, onde atuava.

A cocaína vinha da Bolívia em aviões ou veículos, com destino a fazendas no município de Vila Bela da Santíssima Trindade (a 512 km de Cuiabá). De lá, era enviada para estados do Sudeste e Norte do Brasil, além de países da Europa.